sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A MEDIOCRIDADE INVADE MEDICINA COM NOTAS FALSAS

O recurso ao ensino recorrente para ingressar no ensino superior chegou este ano aos cursos de Medicina, que mais uma vez tiveram as médias de acesso mais altas, entre os 18,1 e os 18,6 valores. Este facto foi confirmado ao PÚBLICO pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC), que, através da assessoria de imprensa, adiantou que já foram reportados vários casos de estudantes que conseguiram, assim, ultrapassar colegas que completaram o secundário no ensino regular. A situação é considerada "injusta" e "escandalosa" por dirigentes escolares, mas, como sublinha o MEC, "é perfeitamente legal". A vantagem, para os alunos que completam o secundário através do ensino recorrente, resulta do facto de, no limite, este permitir fazer o secundário num único ano lectivo e ser comparativamente menos exigente. Isto porque o recorrente - que tem vindo a ser substituído nas escolas por outros cursos - foi concebido para proporcionar uma segunda oportunidade, no caso do secundário, a maiores de 18 anos que abandonaram precocemente o sistema educativo. Nesta modalidade, o secundário pode ser feito de forma não presencial, através da realização de provas elaboradas e avaliadas por professores da própria escola e não depende da realização de qualquer exame externo, nacional, ao contrário do que acontece no ensino regular. Foram estas condições que tornaram possível que, em pelo menos três casos verificados pelo PÚBLICO, alunos que se candidataram no ano passado a Medicina com média de secundário inferior a 18 valores tenham voltado a apresentar candidatura, este ano, com média de secundário de 20 valores, conseguindo assim ingressar no curso. 

Sem comentários:

Enviar um comentário