quarta-feira, 7 de setembro de 2011

AS VISÕES DE CIDALINA


Ortiz, residente na zona de Vialonga, nos arredores de Lisboa, confidenciou-me que Cidalina, a sua filha mais velha, de quinze anos de idade, que sofria de epilepsia, andava a ver coisas muito esquisitas. A imagem do avô, falecido pouco tempo antes, surpreendia-a com frequência. O fantasma balbuciava-lhe qualquer coisa que ela não entendia e desaparecia logo a seguir.
Mas não eram as aparições do avô que mais a atormentavam. Um dia a moça contou à mãe ter-lhe passado pela mente, num lapso de segundos, a imagem nítida de um acidente de viação grave, ocorrido perto da porta do seu prédio. E no dia seguinte o acidente aconteceu como a filha lho havia narrado.
Pouco depois Cidalina foi vítima de uma nova visão perturbadora, que narrou à mãe em pormenor. Um comboio que saíra da Beira Baixa, ao passar perto da sua casa, chocou de frente com outro. Assustada, viu numerosas ambulâncias transportando os mortos e os feridos. Também desta vez o trágico acidente, com muitas vítimas, não tardou a concretizar-se, exactamente como a moça o vira na sua mente.
Fenómenos dessa natureza envolvem não apenas doentes epilépticos como a sua filha mas também gente perfeitamente saudável. A epilepsia, por quaisquer razões desconhecidas, contribui muitas vezes para levantar o véu que nos separa de um mundo paralelo que abrange o futuro, sendo então possível espreitar uma realidade que, em circunstâncias normais, nos é vedada. Episódios como esses não poderão confundir-se com alucinações, embora ambos possam ter origens psíquicas próximas.

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