Distribuindo diplomas a esmo e empurrando semi-analfabetos para o 9º ou o 12º anos, o Governo visa melhorar artificialmente as estatísticas sobre o nível de escolaridade em Portugal, retirando credibilidade ao sistema de ensino. É absurda a valorização que os teóricos das «Novas Oportunidades» atribuem ao «saber» adquirido fora das escolas através da mera «experiência» de vida! Por este andar receio que um dia se venham a entregar diplomas de «gestor de recursos humanos» aos proxenetas que controlam profissionais do sexo nas estradas.
Acaba de ser publicado mais um diploma legal que remexe nessa área. Um palavreado aparentemente técnico e sábio mas sem ponta de racionalidade. Vale a pena ler o intróito:
Portaria n.º 211/2011. D.R. n.º 102, Série I de 2011-05-26 regula a certificação de competências profissionais resultantes do reconhecimento, validação e certificação de competências profissionais adquiridas e desenvolvidas ao longo da vida, nomeadamente em contextos de trabalho
O Sistema Nacional de Qualificações assumiu como objectivo fundamental a elevação da qualificação da população activa, de modo a promover competências necessárias ao desenvolvimento pessoal, a possibilitar a progressão escolar e profissional das pessoas e a favorecer a modernização das empresas e da economia. Neste contexto, a formação e a certificação de competências escolares e profissionais adquiridas e desenvolvidas ao longo da vida constituem factores determinantes para melhorar a empregabilidade das pessoas, bem como a produtividade e a competitividade da economia nacional. A certificação de competências profissionais, realizada no âmbito dos Centros Novas Oportunidades, constitui um instrumento muito importante para o aumento da qualificação da população activa. Com efeito, as pessoas adquirem com a sua experiência de vida, nomeadamente nas actividades profissionais, saberes e competências relevantes para o exercício dessas actividades. Essas competências podem e devem ser formalmente certificadas e, em caso de necessidade, podem ser complementadas com formação ajustada às necessidades individuais, promovendo -se, desta forma, o acesso das pessoas a níveis mais elevados de qualificação. O reconhecimento, validação e certificação de competências profissionais baseia -se em metodologias que permitem, igualmente, proporcionar às pessoas percursos formativos ajustados aos seus interesses e necessidades de qualificação. A experiência dos Centros Novas Oportunidades na certificação de competências profissionais permitiu aferir modelos organizativos e metodologias de intervenção que potenciem e reforcem a adesão a processos de qualificação valorizadores de competências profissionais previamente adquiridas. Essa experiência demonstrou também que é necessário ajustar os modelos de funcionamento de forma a torná -los mais flexíveis, diversificando as ofertas em matéria de certificação profissional e aumentando a capacidade de gerar e mobilizar o interesse das pessoas, empregadas ou desempregadas, pela certificação de competências profissionais. O funcionamento mais flexível assenta no envolvimento de um conjunto variado de entidades formadoras que operam no âmbito do Sistema Nacional de Qualificações, com competência e capacidade técnica para desenvolver o reconhecimento, validação e certificação de competências profissionais em determinadas qualificações — entidades certificadoras — em estreita articulação com a rede de Centros Novas Oportunidades. O processo conducente à certificação de competências profissionais envolve, numa primeira fase, os Centros Novas Oportunidades que asseguram o acolhimento, o diagnóstico e o encaminhamento dos candidatos para entidades certificadoras, competindo em seguida a estas desenvolver as etapas do reconhecimento, validação e certificação…..
Enfim, paleio, paleio e mais paleio. De parolos para parolos.
Espreitando a campanha eleitoral, observo que Sócrates pede agora o voto dos 500 mil formados nas «novas oportunidades» e que Passos Coelhos teme o efeito negativo de tão grande exército!!!
Essa tropa sairá em breve e virá outra
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