O homem é brilhante e gosta de falar sobre tudo. Durante muito tempo, eu gostei de ouvi-lo, enquanto comentador político. Mas quando passou a acrescentar alguns excessos à maçadora apresentação dos livros que lhe enviam, deixei de ser um ouvinte assíduo.
Ao decidir passar de entrevistado a entrevistador, fiquei surpreendido! Então nós ligamos o televisor para ouvir as suas opiniões políticas e ele tira da cartola uma qualquer pessoa e entrevista-a na presença do entrevistador?! Ridículo!
No passado Domingo ultrapassou as raias do bom senso ao abordar o tema das «novas oportunidades». Marcelo acusou o seu PSD de ter cometido um grave erro por estar contra os 500 mil cidadãos que agarraram a «oportunidade» de terem aprendido nada. E explicou que o seu pai, antigo ministro de Salazar, promoveu o ensino nocturno para os analfabetos! É melhor saber alguma coisa do que não saber nada, disse o professor.
Não tenho ligação alguma àquele partido. Mas parece-me óbvio que Passos Coelho não atacou os 500 mil cidadãos «beneficiados» mas tão só a baixa qualidade do «ensino» que lhes foi ministrado. E não há comparação possível entre o meritório programa de alfabetização de adultos e a criação de um sistema de ensino paralelo onde nada se aprende. Muitos jovens maus alunos são incitados a trocar o ensino regular, mais exigente, pelo facilitismo das «novas oportunidades», recebendo depois diplomas com o mesmo valor jurídico dos outros.
Alguns desses semi-analfabetos acabam por ingressar nas universidades e delas saem «licenciados» quase sem saber ler nem escrever.
O governo baixou o nível do ensino ao limite extremo, apenas para melhorar ficticiamente as estatísticas. Desbarata rios de dinheiro que poderia ser encaminhado para coisas de maior utilidade pública.
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