Qualquer que seja a verdade, causa-me pena o pesado e arrastado fado do casal McCann. Desde que vieram gozar uma semana de férias a Portugal, os dois médicos ingleses Gerry e Kate não voltaram a ter sossego.
Numa primeira fase acreditei que, sendo o casal bem comportado e civilizado, jamais faria mal a Madeleine, filha de Kate e, provavelmente, também de Gerry. Se eles quisessem matar a linda e indefesa criancinha não precisariam de vir fazê-lo a Portugal, acompanhados de tantos «comparsas».
Numa segunda fase inclinei-me para a tese da polícia portuguesa: a morte da menina ocorrera acidentalmente e o casal tentava esconder o terrível facto. Eram tantas as coincidências que apontavam nesse sentido que difícil seria não propender para esta versão.
Mas com o decurso do tempo voltei a considerar credível a inocência do casal. Se este estivesse de algum modo envolvido na morte acidental da criança, faria sentido que, decorridos quatro anos, ainda andasse a realizar empenhadas e mediáticas diligências junto das autoridades para estas descobrirem o paradeiro da filha? Estariam os dois ingleses na disposição de gastarem o resto das suas vidas a fazerem um teatro absurdo e inútil?
Se o casal inglês estiver a falar verdade, calculo a enorme revolta que sentiu quando foi acusado pela polícia portuguesa de ser o autor da morte da própria filha. Um intenso sofrimento a somar a outro.
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