18 de Janeiro de 2012
Nunca se vira uma coisa assim ao longo de séculos. Tudo começou em 30 de Outubro de 2011 quando, inesperadamente, o parlamento alemão tomou uma medida drástica: a saída do seu país do euro. Os governos europeus protestaram mas os germânicos mostraram-se inflexíveis e aquela decisão inabalável representou o fim abrupto da moeda única, que deixou de ser aceite internacionalmente e dentro da própria Europa. O pagamento das tranches aos países resgatados foi suspenso, Itália, Espanha e outros Estados europeus entraram em bancarrota, e a França, para manter alguma actividade económica, pediu auxílio aos EUA e à China. Em Inglaterra regressaram os motins e na Grécia os mais exaltados saem às ruas e incendeiam tudo o que tenha a ver com a Alemanha, incluindo escritórios, bancos e automóveis das marcas Mercedes, Áudio, VW e BMW.
Em Portugal o dinheiro e os depósitos bancários deixaram de ter valor, os pagamentos aos funcionários públicos, aos pensionistas e aos trabalhadores do sector privado foram suspensos, as bombas de gasolina e os Bancos estão encerrados, raros automóveis são vistos a circular nas perigosas estradas, os hospitais funcionam a meio gás por falta de recursos, a electricidade é cortada 12 ou 13 horas por dia, e pelas ruas das cidades espalharam-se exércitos de miseráveis, muitos deles crianças, implorando auxílio. Hordas de bandoleiros, saídos das periferias, destroem tudo quanto encontram na via pública, já incendiaram a Assembleia da República, diversos ministérios e centenas de estabelecimentos comerciais, perante a ausência total de policiamento. Muitas pessoas perguntam para que servem os 40 mil militares das forças armadas, cuja presença ninguém notou ainda. A desordem e o caos são generalizados. Alguns têm esperança de que certos países emergentes nos dêem algum tipo de ajuda, mas esta tarda em chegar e os mais debilitados vão morrendo à fome ou pela doença.
Os amigos João e Augusto, na luta pela sobrevivência, fugiram da capital e refugiaram-se nuns terrenos agrícolas na zona de Nafarros, que passaram a cultivar com empenho. Durante o dia trabalham sem parar mas durante a noite enquanto um dorme o outro vigia as hortas, revezando-se, na esperança de os seus produtos não serem roubados. Muitos milhares de pessoas estão a abandonar as cidades e a caminhar em direcção aos campos abandonados das Beiras e do Alentejo.
Em grande parte da Europa, e mesmo nos Estados Unidos, existe uma onda crescente de ódio contra a Alemanha que, ao que consta, está a reforçar as suas forças armadas e a aumentar a produção de material bélico, enquanto o partido nacionalista «Verdes pelo Povo» incita os alemães a escorraçarem milhões de imigrantes e a tomarem posições defensivas contra possíveis ataques dos povos «chulos» do mediterrâneo.
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