segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A ILUSÃO DA VIDA – 4

Os sonhos são sequências de imagens e de sons inexistentes que os indivíduos vêem e ouvem durante o sono. Segundo alguns estudiosos, a sua correcta interpretação poderá dar-nos algumas pistas para penetrarmos na natureza profunda da mente. Proliferam livros com interpretações mais ou menos fantasiosas. Em «O Grande Intérprete dos Sonhos» (Publicações Europa América, Portas do Desconhecido») afirma-se que sonhar com a sua morte é presságio de longa vida, mas a visão de um rio anuncia a doença. E sonhar com uma escada acarretará um próximo desemprego. Foi das obras e documentos encontrados depois da morte de Giuseppe Balsamo, conde de Cagliostro, no castelo de San Leone, em Itália, que o autor tirou os ensinamentos desse dicionário dos sonhos. Terão essa e outras obras congéneres algum fundo de verdade?

Freud deu aos sonhos uma explicação materialista e mecanicista. Descobriu que eles têm um sentido, mas não o sentido transcendente, glorioso e espiritual que lhes davam os primitivos, os mestres das ciências herméticas. Pelo contrário, são mensagens que os sentidos, encurralados pela cultura, pela ética e pela moral imposta ao indivíduo e à sociedade, enviam à consciência. São mensagens em forma de SOS que vêm dizer: Não posso mais! Quero gozar! Quero matar! Reclamo o meu direito a cometer barbaridades!... O sistema defendido por Freud repousa no pressuposto de que o homem é movido por duas grandes forças de sinal contrário: uma que o impulsiona a gozar sem limites todo o bom que há na vida e outra que o obriga a reprimir-se, já que o gozo sem limites o conduziria à sua destruição. É hoje pacífico que um dos maiores erros cometidos por Freud na sua análise dos sonhos foi atribui-los quase por inteiro a repressões sexuais.
(texto do autor do blogue)

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