Algumas vezes venho trazendo para este blogue preocupações resultantes das crescentes probabilidades de desencadeamento de uma grave crise financeira na Europa. Algo de dramático e sem precedentes. Cada um de nós anda ocupado com o seu dia-a-dia e procura ver essas «levianas» preocupações como meras hipóteses académicas, improváveis, que não nos dizem respeito. Mas não é bem assim. A verdade, nua e crua, que todos os governantes evitam abordar, é que a partir do momento (Outubro? Novembro? Dezembro?) em que Itália e Espanha se virem impossibilitadas de se financiarem nos mercados pelo facto de os juros dos certificados da dívida pública atingirem níveis incomportáveis ou de não aparecerem investidores, acontecerá o seguinte:
1- O resto da Europa não conseguirá ajudar esses dois grandes países, que entrarão em bancarrota;
2- Espanha e Itália deixarão de contribuir para os resgates da Grécia, Irlanda e Portugal e os outros recusar-se-ão a cumprir as tranches acordadas;
3- Entrarão assim em bancarrota a Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, Itália e Chipre.
4- A Bélgica, a França e outros países europeus, aparentemente estáveis, não deixarão de ficar à beira do colapso;
5- Os EUA, com os problemas graves de dívida que os afligem, não poderão acudir à Europa;
6- O fim do euro será uma inevitabilidade e cada país voltará à sua moeda anterior;
7- As actividades económicas entrarão em ruptura e a confusão e a miséria serão generalizadas;
8- A desordem e a violência tomarão conta das cidades, alguns governos democráticos cairão e darão lugar a ditaduras militares provisórias;
9- Então todos compreenderemos melhor os sermões de Medina Carreira em relação a Portugal e os do chinês Kuing Yamang em relação à Europa.
O ideal seria que estes males, e também os outros que, em maior ou menor medida, afligem cada um de nós, não existissem, não passassem de puras ficções.
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