terça-feira, 5 de julho de 2011

SER ESCRITOR

Poucos lêem, poucos compram livros. Em Portugal é quase impossível viver da escrita. Mas Manuel da Silva Ramos tentou-o. São interessantes as suas vivências narradas.
Hoje que já vai longe esta história e que a minha obra ganhou consistência e está mais patente ao público em todas as livrarias rio de toda esta aventura e lembro-me de outra Sandra, “a puta virgem”, que eu conheci na Covilhã nos finais dos anos 60. Era uma belíssima rapariga do povo com os seus 18 anos remolhados e que tinha escapado à fábrica e ao pai saltando pela janela porque este dizia que ela era uma mulher da má vida...e era, só que era virgem! Lembro-me de uma vez, eu, o Marquês, o Paiva e o Xavier que era mais cómico que o São Sebastião varado, a termos levado ao Paúl num citroen boca de sapo e lá, eu a ter despido completamente e a ter colocado num altar ao ar livre que servia para as festas de verão. Fomos corridos de caçadeira por um velho sacristão mas como foram boas as trutas dessa pândega! Mais tarde encontrei-a em Lisboa e continuava virgem e na má vida. A virgindade, fruta condenada, não sei se durou muito ou pouco tempo...
Se estás viva, onde estás tu hoje Sandra?Hoje, enquanto bebia café sem açúcar, entre dois capítulos de um novo romance, pensei que a vida é sempre mágica e defensável, co-autora fiel e volante, como os conirrostros que voltam todos os anos ao sítio das nossas recordações sem fim.

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