Muito raramente os tribunais condenam políticos por leviandades corruptas deste género. Seria interessante que a justiça, perante as declarações de um ex-presidente da República e de um ex-ministro das Finanças que disseram perante as câmaras das televisões que se fartaram de receber e levar para suas casas valiosas ofertas no exercício dos seus cargos, investigasse e agisse em conformidade. Neste caso que envolveu pequenos «autarcas» não teve dificuldade em agir por se tratar de arraia miúda e já sem peso algum
O Tribunal do Marco de Canaveses condenou esta sexta-feira a três anos de prisão, com pena suspensa, 19 autarcas de freguesia por terem em 2004 usado dinheiro das juntas para pagar um relógio de ouro oferecido a Avelino Ferreira Torres. O colectivo de juízes considerou provado que os 19 autarcas praticaram um crime de peculato em co-autoria. Os arguidos, entre os quais presidentes, secretários e tesoureiros, foram também condenados a restituir às respectivas juntas de freguesia, no prazo de três meses após trânsito em julgado do acórdão, o valor usado para a aquisição do relógio, em média cerca de 500 euros por autarquia. Outros seis autarcas de freguesia neste processo, também arguidos e que vinham acusados pelo Ministério Público do mesmo crime, foram absolvidos pelo tribunal. O relógio de pulso em ouro, avaliado em 15 mil euros, foi oferecido em Novembro de 2004 ao antigo presidente da câmara numa festa de aniversário e de despedida quando Avelino Ferreira Torres já tinha anunciado a sua candidatura ao município vizinho de Amarante.
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