Deixa-me lá ver o telejornal, pensei. Dez de Junho, feriado. Cerimónias bolorentas em todos os canais. Depois de uma olhadela, desliguei o televisor, irritado.
Dia de Portugal, dia de Camões ou dia da raça, um nome dessa ordem de grandeza.
Lá estava o pequenote do STJ, o seu isento colega da PGR. Até o empregado do Sócrates (como diz o Belmiro de Azevedo), o Sr. Silva, aquele que mordia nos tornozelos de todos os que tivessem a veleidade de criticar o seu amo. E também se destacava, pela sua altura, o Arnault da Covilhã, a representar não sei o quê.
Uns discursos ocos, vazios de sentido, patrioteiros, uns tantos velhotes das forças armadas, algumas pretensas autoridades civis e até uns tipos fardados de padres. Todos ali a fazerem frete e a gastarem dinheiro a um País falido. Para nada. Os cidadãos odeiam cerimoniais chatos, intragáveis, querem ver é a telenovela e o futebol.
Tenho vinte e tal anos de idade e aquilo nada me diz. Não diz nada a ninguém. O único significado relevante deste dia é o facto de ser feriado e as pessoas não terem a obrigação de trabalhar. Mas eu nem sequer tenho emprego. E o meu pai está de urgência. Não lucrámos nada com esta balda.
Sem comentários:
Enviar um comentário