domingo, 23 de outubro de 2011

A REVOLTA DOS MILITARES

Reuniram-se hoje mais de mil em Lisboa para manifestaram o seu descontentamento pela situação de empobrecimento acelerado para a qual estão a ser empurrados. Por muito menos alguns dos que estavam na sala fizeram a revolução do 25 de Abril. E os mais novos só não se insubordinam agora por terem consciência de que uma revolução militar faria cessar de imediato todos os pagamentos de ordenados e pensões por tempo indeterminado.
Nunca, desde a fundação de Portugal, se haviam colocado os funcionários públicos a regredirem tão velozmente. Daí que os militares tenham razão. Como têm razão os médicos, em especial os altamente especializados, os magistrados judiciais mais trabalhadores, competentes e honrados, os professores, muitos dos quais vão entrar na pobreza, os técnicos que trabalham para o Estado com dedicação, e os servidores com vencimentos pouco acima do salário mínimo nacional. Somando os cortes salariais, a inflação acumulada e o aumento dos impostos, muitos funcionários públicos, dentro de dois anos, receberão menos de metade dos proventos que auferiam há um ano. Na melhor das hipóteses.
O coronel Vasco Lourenço lembrou que muitas das coisas que o primeiro-ministro prometeu não fazer, já as fez, embora sob a pressão de uma crise financeira fora de controle, que se agrava em cada dia que passa e que poderá em breve transformar-se numa catástrofe.

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