Os belgas demonstraram ao mundo civilizado que não precisam de governo. São dois povos que se detestam, embora continuem juntos num pequeno Estado, como se de parolos da Idade Média se tratassem. Quando lá fui a primeira vez fiquei surpreendido pelo facto de em Bruxelas toda a gente falar em francês e poucos quilómetros adiante, em Antuérpia, todos se recusarem a falar tal língua, optando pelo flamengo. Levei tempo a perceber que na origem do fenómeno estavam as suas divergentes políticas de campanário. Um sentimento pacóvio que faz lembrar a tradicional rivalidade entre ingleses e escoceses.
Francófonos e flamengos chegaram na madrugada de sábado a acordo para a formação de um Governo, depois de ano e meio em que o país esteve sem executivo.
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