domingo, 30 de outubro de 2011

REGRESSO AO FUTURO – 2

2 de Março de 2012
A situação dos «cubanos» (portugueses do continente) é desesperada mas a dos habitantes da Madeira não é melhor. Devido à desorganização caótica do país, o Banco de Portugal ainda não conseguiu fazer circular escudos e as actividades económicas continuam praticamente paralisadas em todo o lado. Espalhou-se uma onda de insegurança pela ilha, com pilhagens, assassínios e fogos postos. Os turistas desapareceram, o comércio e os bancos estão fechados mas o «Mercado dos Lavradores» do Funchal mantém-se aberto. Os pescadores expõem o seu peixe no piso inferior e os agricultores colocam os produtos nos dois pisos superiores. Ali trocam-se géneros alimentícios por outros bens tangíveis, não circula dinheiro. Ninguém sabe do paradeiro de Alberto João Jardim mas consta que ele fugiu para as Canárias num veleiro logo que lhe incendiaram a casa. Também a residência do representante da República foi vandalizada passando este a morar numa fragata da Marinha atracada no porto e guardada por 120 militares fortemente armados e vigilantes. Todas as manhãs, pelas 8 horas, quando a bandeira nacional é içada no convés do navio, uma multidão reúne-se no local para gritar «fora os cubanos! viva a independência!» Impressionante é a onda de suicídios que ocorre no Cabo Girão, o mais alto da Europa. Já lhe chamam «o cabo dos gigantes», comparando-o com a costa alta e escarpada situada na zona noroeste da ilha de Tenerife, algumas milhas a sul, de onde o povo primitivo e de elevada estatura que a habitava se atirou ao mar, ao surgir-lhes pela frente a primeira vaga de conquistadores espanhóis, ficando o local conhecido por «Los Gigantes». 

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