A tempestade que se aproxima e o fim da União Europeia

As crises das dívidas soberanas na Europa ainda vão levar 10 anos a resolver, disse, este sábado, a chanceler alemã Angela Merkel.

Poderão ser 10, poderão ser 20 anos. Seguramente serão muitos. Certo é que tudo vai correndo mal na Europa nos dias que passam, os eventos negativos sucedem-se em cadeia, não existem reuniões internacionais salvadoras, todas elas estão condenadas ao fracasso. Será uma tragédia económico-financeira, que fará regredir grande parte da Europa aos baixos níveis de vida dos anos trinta. Assistiremos ao rápido empobrecimento de amplos sectores das populações, em especial das classes médias. Haverá alta insegurança e motins por todo o lado. As ditaduras militares passarão a ser inevitáveis na maioria dos países do sul. Alguém medianamente informado e com raciocínio próprio acreditará que Itália não cairá em breve, como sucedeu com a Grécia, Irlanda e Portugal? 
Se tal acontecer (oxalá que não e surja um milagre), alguém acreditará que Espanha, e depois França, não cairão também, além de diversos outros países de menores dimensões? Alguém acreditará que os países actualmente «resgatados», como Portugal, não serão abandonados à sua sorte, com os mercados completamente fechados? Alguém acreditará que a Alemanha, com cerca de 83% do PIB em dívida pública externa, não acabará, também ela, por ter dificuldades de acesso aos mercados financeiros? Alguém voltará a acreditar na bondade desta perigosa economia de mercado que o ocidente inventou?