sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

As reformas e poupanças de Cavaco Silva, uma confusão

Cavaco Silva, enquanto dirigente político máximo, faz bem em dizer quanto recebe do Estado para que as pessoas, no meio desta assustadora crise, não o critiquem nem tenham inveja dos seus ganhos legítimos. E, sendo um homem tendencialmente sério, deveria evitar proferir meias e confusas verdades porque estas caem  mal perante a opinião pública. Poderia ter dito (e não disse) que renunciou a uma pensão vitalícia pelo desempenho das funções de 1º ministro. Poderia ter dito (e disse), que não recebe o ordenado de Presidente da República por ter optado por duas pensões cumulativas (a de funcionário público e a resultante da sua passagem pelo Banco de Portugal). Poderia dizer (e disse atabalhoadamente, dando a impressão de ainda nada receber e desconhecer quanto receberá) que o Banco de Portugal lhe paga há muitos anos uma pensão vitalícia mas que de algum modo «contribuiu» para ela. E nunca deveria ter dito que vai receber uma pensão, por ter sido professor durante 40 anos, no valor de 1300 Euros. Cavaco aposentou-se há anos como professor catedrático de uma universidade pública e não existe em Portugal nenhum colega que se tenha reformado no seu tempo e que agora aufira pensão tão baixa.
Cavaco Silva já sabe que receberá 1300 euros mensais da Caixa Geral de Aposentações. A esse valor, acrescerá uma remuneração do fundo de pensões do Banco de Portugal, para o qual descontou durante quase 30 anos."Ainda não sei quanto irei receber. Tudo somado, quase de certeza que não vai chegar para pagar as minhas despesas, pois eu também não recebo vencimento como presidente da República. "Felizmente, durante os meus 48 anos de casado, eu e a minha mulher fomos sempre muito poupados. Todos os meses, fizemos questão de colocar alguma coisa de lado. Portanto, posso gastar, agora, parte das minhas poupanças”.

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