Alguns economistas e
comentadores televisivos burros, ignorantes e facciosos, persistem
na ideia abstrusa de que os cortes nos salários dos funcionários públicos e
aposentados não são impostos e reduzem a despesa pública, e que os cortes nos salários
dos trabalhadores do sector privado constituem impostos que não fazem diminuir o
défice. Raciocinam como analfabetos formados na Moderna ou na Lusíada.
Cortar periodicamente nos salários de uns ou de outros é, obviamente, um imposto!
E criar um imposto apenas para alguns cidadãos e não para todos os que
tenham níveis salariais idênticos (como o governo fez)
é violar o princípio da igualdade consagrado em todas as constituições do
mundo civilizado. Vejamos o artº 24º da mal amanhada e inconstitucional lei do orçamento: As entidades processadoras
das remunerações dos trabalhadores em funções públicas…procedem à entrega das quantias
dos subsídios ... nos cofres do Estado… O governo poderá fazer leis
que acabem definitivamente com o direito aos subsídios no sector público,
poderá extinguir montes de serviços e despedir funcionários públicos aos milhares, poderá vender os inúteis submarinos e os tanques sem utilidade que estão a apodrecer, poderá acabar com as duplas e triplas reformas dos privilegiados políticos, poderá rever as parcerias público-privadas que enriquecem poucos à custa de muitos, poderá retirar o dinheiro roubado aos gatunos que andaram ou andam próximos do poder, poderá acabar de vez com o dispendioso envio, que apenas serve para satisfazer a vaidade de uns tantos parolos, de tropas para os teatros de guerra do mundo. Tudo isso, se
adequadamente legislado, fará reduzir a despesa pública, diminuirá a dívida e não ofenderá a
Constituição. Mas mandar uns entregar às Finanças os seus subsídios de férias
e de natal e não mandar os outros, não passaria pela cabeça do diabo, nem sequer pela cabeça do burro simpático acima retratado...
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