É indubitavelmente um inteligente
e sabedor comentador de questões políticas nacionais, sem dúvida o melhor e
mais influente de todos. Não perco as suas intervenções quase desde o início.
Mas infelizmente o homem não é infalível e mete a pata na poça de vez em
quando. Ele não deveria pronunciar-se em relação aos temas em que não está em
condições de imparcialidade para não ser tentado a apresentar a mentira como
verdade. Aconteceu com João Jardim cujos excessos ele procurou tolerar apenas porque
(dizem alguns dos seus críticos) tivera com o governo regional da Madeira relações
de consultoria jurídica. E aconteceu ontem com o ministro Relvas cuja pseudo-licenciatura
procurou valorizar, tendo no entanto o cuidado de se referir vagamente às suas
relações pessoais e profissionais com a medíocre universidade privada envolvida
na trapaça. Para Marcelo a espantosa bagunçada que envolve o ministro e a
universidade Lusófona estava dentro da mais completa normalidade. Embora a
matéria relativa às facilidades concedidas aos amigos sob o chapéu do processo
de Bolonha não tenha sido regulamentada em Portugal, será normal que um aluno
se matricule numa universidade e se licencie fazendo apenas 4 das 36 cadeiras
do curso (se é que fez alguma)?! Em país algum da Europa civilizada tal
vigarice poderia ocorrer. Mas para Marcelo está tudo «aparentemente» bem, nada
que se compare com as irregularidades da licenciatura de Sócrates, que eram
muito mais «graves». No entanto este, ao contrário do que aconteceu com Relvas,
quando se matriculou na Universidade Moderna levava muitas cadeiras feitas por
si no politécnico de Coimbra, estando em causa apenas as quatro cadeiras que o
seu amigo e camarada socialista Morais leccionou e classificou. O dr. Morais
foi compensado com um lugar importante no governo. E os professores envolvidos
nas quatro cadeiras de Relvas terão sido? Haveremos de saber num dia destes.
Sem comentários:
Enviar um comentário