Num destes dias liguei
a televisão e uma entrevistadora ouvia a opinião de um «especialista» sobre a
dramática situação financeira de Espanha. O entrevistado era um tipo ainda jovem,
bem-falante e de voz grossa, mas mais tolo e ignorante do que o simpático e já
conhecido burro aqui do lado. Dizia ele que, quanto pior
estiver Espanha, melhor para Portugal. «Porquê?», quis saber a entrevistadora. «Porque
todas as concessões, em termos de juros, nível do défice e prazos dos empréstimos que Espanha vier
a obter da Europa, acabarão por beneficiar Portugal…». O burro não se apercebia
de que estava a dizer alarvices sem ponta de lógica, não lhe passando pela oca
cabeça que, se Espanha cair, cairão outros países, cairá o euro e cairão as tranches a
Portugal. O cretino referia-se à «Europa» como sendo a entidade patronal dos
países falidos, rica e estável.
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