O ministro das Finanças não respondeu, esta sexta-feira, se defende mais baixas de salários. Mas estou seguro de que este patriótico e sábio governo tem um plano justo e infalível de redução da despesa do Estado através do emagrecimento radical da função pública. Os judeus eram para o governo nazi um povo a abater porque, embora produzissem os melhores cientistas e banqueiros mundiais, estavam, sob o ponto de vista rácico e religioso, muito abaixo do nível do cão de estimação de Hitler. Por sua vez, os funcionários públicos portugueses, incluindo os médicos, os juristas, os economistas, os magistrados judiciais, os militares, os professores do ensino primário, secundário e universitário, as polícias e os varredores, não têm razão de existir porque são eles a grande fonte de infelicidade da Nação. Acabando-se de vez com essa casta inútil, acabará automaticamente o défice e todos seremos felizes. Esses parasitas sociais, que viram nos últimos anos o seu poder de compra minguado entre os 30 e os 50%, se ainda, mesmo assim, persistem em sobreviver, terão de sofrer novos cortes até que fiquem reduzidos a esqueletos. Entretanto consta que já estão a ser construídos vários campos de extermínio para onde eles serão transportados em segredo durante a noite, desaparecendo progressivamente da circulação e das folhas salariais do ministério das finanças.
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