Há uns tempos era ainda um rapazinho coxo, com razoável aspecto, que tinha a mania de vasculhar os caixotes do lixo. Uma vez, aproximando-me dele, vi-o com a cabeça mergulhada num contentor e com uma tesoura na mão direita cortando imagens de mulheres que encontrava em revistas e jornais. Mancando de contentor para contentor, vejo-o agora menos asseado, de cabelo grisalho, com vários sacos de plástico carregados de tesouros descobertos no esterco. Talvez se tenha transformado num doente acumulador de lixo e viva abandonado no meio da imundice.
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