Há um rançoso pasquim
em Luanda ao qual chamam pomposamente «Jornal de Angola». Aquela merda não é
jornal algum, é um largo conjunto de folhas de papel higiénico cagadas pelos
ladrões que estão no poder e que os seus «jornalistas» farejam e lambem servilmente
como se fossem hóstias sagradas, não se apercebendo de que correm o risco de,
em vez de engolirem os desejados milhões retirados do petróleo, morrerem acidentalmente com um cagalhão atravessado nas goelas. E não são apenas pretos que ali
mandam bocas naquele pasquim, daqueles que vêm enriquecendo depressa mal
sabendo ler e escrever. Também lá estão brancos e mestiços, sempre esperançados
na velha côdea que há-de chegar um dia. Eles dizem mal dos políticos
portugueses que tanta consideração me merecem e pelos quais, patrioticamente,
seria capaz de dar a minha vida. Como disse a Cândida, ex-procuradora-geral-adjunta,
os políticos portugueses são os mais honrados do mundo. E os que roubam, são
imediatamente julgados e presos pela nossa eficaz justiça. Não existe prisão em
Portugal onde não estejam presos deputados e ministros. Temos mesmo engaiolados
alguns primeiros-ministros que se portaram mal. E o ex-presidente da República
Mário Soares, com influência na justiça, até anda publicamente a exigir o
julgamento e prisão do actual chefe de Estado Cavaco Silva e também a prisão da
generalidade dos membros do governo português. Aqui, em Portugal, não se rouba
impunemente, os ladrões políticos são sempre castigados com longas penas. Mas
aí em Luanda existe a maior concentração de ladrões-políticos por metro
quadrado, muitos deles analfabetos, que há uns anos andavam de pata descalça
pelas matas, correndo à frente dos tiros vomitados pela G3 do meu tio, justamente
condecorado por ter morto muitos terroristas negros desarmados.
Apesar de a prosa ser um tanto ou quanto bárbara não deixa se poder considerar que representa uma caricatura, feita com realismo, à nova fina flor da sociedade angolana afecta ao poder.
ResponderEliminarÓ Sr. Serrano mas essa de não haver impunidade para os pulhas na Nação Lusa parece-me anedota mal esgalhada! A não ser que se esteja também a fazer ao caldeirão que os alimenta. Prefiro considerar que se trata antes de um irónico devaneio linguístico próprio da sua juventude.
Se ler a «prosa bárbara» que publiquei aqui anteriormente, compreenderá que eu sou de facto um patriota que vê nos nossos políticos homens impolutos, escolhidos a dedo pela Divina Providência para orientarem os destinos da Nação (e apenas esses), mesmo à custa do seu sacrifício pessoal e do seu empobrecimento. Recordo-lhe novamente a afirmação pública que fez a srª Cândida de Almeida, procuradora geral adjunta, numa reunião do PSD (onde a mulher se foi meter!): «em Portugal não temos políticos corruptos»...
ResponderEliminarE se porventura houver um lugar de governante disponível, estarei sempre pronto a avançar A BEM DA NAÇÃO
Eliminar