Quando Nuno Paulo de Sousa Arrobas Crato sucedeu a
Maria de Lurdes Rodrigues, a pior e mais detestada ministra da educação de
todos os tempos, pensei «temos finalmente um tipo sério e competente naquele
lugar». Há um ano, na sequência do pacóvio princípio da «autonomia das escolas»
que anda na cabeça de Crato (e que é impraticável em Portugal, um país altamente corrupto, por provocar
intoleráveis distorções, inúteis gastos e fraudes de toda a ordem), foram por
muitos estabelecimentos de ensino abertos concursos para admissão de professores, feridos das mais grosseiras violações das leis estabelecidas. Concursos-fantoches
destinados a admitir os amigos e protegidos, com sério prejuízo dos legítimos
direitos dos concorrentes e da qualidade do ensino. Surgiu então em Portugal um
coro de protestos e Crato mandou anular os concursos irregulares. Mas o que
aconteceu aos criminosos que orientaram tais concursos? Foram demitidos? Não!
Eles continuam nos lugares de directores de escola! Comunicou Crato os crimes
ao Ministério Público para que os criminosos fossem julgados? Não!
Os fora-de-lei, cientes da sua impunidade, até tiveram a lata de criticar
ferozmente a preocupação de legalidade do ministro! Para essa escumalha os
amigos e afilhados tinham mais direitos do que os outros! Os candidatos protegidos
foram afastados? Antes pelo contrário, os ditos continuaram indevidamente nos
lugares alcançados pela via da trapaça! E o que aconteceu aos candidatos
criminosamente preteridos? Continuaram no desemprego! Crato desceu então na
minha consideração alguns furos. Mas quando recentemente, sob o falso e confuso
pretexto do princípio da igualdade, Crato anunciou que este maldito governo
passaria a pagar (com o nosso dinheiro) aos alunos do ensino público as
despesas que fizerem ao transitar para o ensino privado, em parte controlado
por alcapones, perguntei a mim mesmo se este homem, na realidade, não será
ainda pior do que a tal Maria de Lurdes… Ele defende algo que se assemelha aos
princípios da «autonomia» e da «igualdade» conferidos por governos incompetentes às pseudo-universidades privadas
que trouxeram uma enorme bandalheira ao ensino superior, transformando em
«doutores» e «engenheiros» toda a sorte de analfabetos e de vigaristas políticos. São indivíduos como Crato, com ideias mal amanhadas na tola, que vêm contribuindo para o estado calamitoso da educação.
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