domingo, 6 de outubro de 2013

Crato, a minha grande decepção

Quando Nuno Paulo de Sousa Arrobas Crato sucedeu a Maria de Lurdes Rodrigues, a pior e mais detestada ministra da educação de todos os tempos, pensei «temos finalmente um tipo sério e competente naquele lugar». Há um ano, na sequência do pacóvio princípio da «autonomia das escolas» que anda na cabeça de Crato (e que é impraticável em Portugal, um país altamente corrupto, por provocar intoleráveis distorções, inúteis gastos e fraudes de toda a ordem), foram por muitos estabelecimentos de ensino abertos concursos para admissão de professores, feridos das mais grosseiras violações das leis estabelecidas. Concursos-fantoches destinados a admitir os amigos e protegidos, com sério prejuízo dos legítimos direitos dos concorrentes e da qualidade do ensino. Surgiu então em Portugal um coro de protestos e Crato mandou anular os concursos irregulares. Mas o que aconteceu aos criminosos que orientaram tais concursos? Foram demitidos? Não! Eles continuam nos lugares de directores de escola! Comunicou Crato os crimes ao Ministério Público para  que os criminosos fossem julgados? Não!  Os fora-de-lei, cientes da sua impunidade, até tiveram a lata de criticar ferozmente a preocupação de legalidade do ministro! Para essa escumalha os amigos e afilhados tinham mais direitos do que os outros! Os candidatos protegidos foram afastados? Antes pelo contrário, os ditos continuaram indevidamente nos lugares alcançados pela via da trapaça! E o que aconteceu aos candidatos criminosamente preteridos? Continuaram no desemprego! Crato desceu então na minha consideração alguns furos. Mas quando recentemente, sob o falso e confuso pretexto do princípio da igualdade, Crato anunciou que este maldito governo passaria a pagar (com o nosso dinheiro) aos alunos do ensino público as despesas que fizerem ao transitar para o ensino privado, em parte controlado por alcapones, perguntei a mim mesmo se este homem, na realidade, não será ainda pior do que a tal Maria de Lurdes… Ele defende algo que se assemelha aos princípios da «autonomia» e da «igualdade» conferidos por governos incompetentes às pseudo-universidades privadas que trouxeram uma enorme bandalheira ao ensino superior, transformando em «doutores» e «engenheiros» toda a sorte de analfabetos e de vigaristas políticos. São indivíduos como Crato, com ideias mal amanhadas na tola, que vêm contribuindo para o estado calamitoso da educação.

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