domingo, 26 de maio de 2013

Gaspar e os gatos do pontão


Voltei ao blogue para registar um sonho. Quando pratico mergulho, uma ou duas vezes por mês, reservo sempre umas horas para passear no pontão e dar comida aos gatos que vivem por entre os pedregulhos. Pontão para uns, paredão para outros, uma espécie de estrada de cimento que avança quase um quilómetro pelo mar dentro. Só que, na noite passada, vi-me no lado errado. Eu estava entre os gatos e quem alimentava estes era outro, justamente o senhor ministro Gaspar de Portugal, o tal radical empenhado no extermínio de algumas fatias da classe média. Era tanta a minha fome que, competindo com os meus colegas de quatro patas, esforçava-me por apanhar uma das migalhas de carne que o malvado lançava àquele povo derrotado. Eu não estava sozinho, também lá encontrei o João, o Luís, o Abel e até o Nunes. O Gaspar fazia o seu trabalho com tranquilidade, tratava-nos a todos por igual, independentemente das nossas cores. Quando o homem deu por terminada a sua tarefa, lembro-me de ter ouvido o Luís gritar-lhe «bandido, quando te apanhar meto-te no Tarrafal!» Depois vi-o entrar num topo de gama de matrícula alemã. Soubemos que fora tomar o avião para estar no dia seguinte sentado no seu novo e rentável lugar que Merkel lhe ofereceu pelos bons serviços que lhe prestou.   

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