segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A revolução de Soares

Tenho andado a ouvir (falta-me o impagável César das Neves) o que pensam os nossos políticos e comentadores televisivos acerca da «passagem do risco» da escadaria do parlamento na sexta-feira passada por alguns dos manifestantes das forças de segurança. Quase todos entendem que as polícias não deveriam dar tal exemplo, defendendo os restantes, como a presidente do parlamento (com medo de levar a tal paulada prometida pelo ex-capitão Vasco Lourenço), que os polícias foram gajos porreiros e se portaram muito bem, limitando-se a sentar-se nas escadas para descansar e a regressar às suas casas para jantar. Ora se aqueles manifestantes estivessem armados e tivessem prendido os deputados e os membros do governo que se encontravam dentro do edifício, conquistando a seguir as Tvs, aeroportos e a adesão dos militares, seriam imediatamente aclamados nas ruas de Lisboa por centenas de milhar de cidadãos, como aconteceu em 25 de Abril de 1974. Mas os tempos são outros, e todos sabem que o governo não é esta rapaziada irritante, impreparada e aldrabona, o verdadeiro governo é constituído pelos agiotas legais que vêm emprestar dinheiro ao país. Se naquele dia tivesse acontecido a revolução prometida por Mário Soares, em breve o povo voltaria a sair à rua, desta vez contra os revolucionários porque todo o país ficaria completamente paralisado e «teso». É por isso que as forças armadas gregas, bem mais poderosas do que as portuguesas, têm andado caladas

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