quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A revolta dos generais


Oficiais superiores e generais reúnem-se sexta-feira, em Lisboa e no Porto, para debater situação nas Forças Armadas. A publicação pelo governo de Marcelo Caetano de uma lei que permitia aos oficiais milicianos, com experiência de combate em África, seguir a carreira militar, levou os capitães do quadro (e não os sargentos, os coronéis ou os generais), a organizar um golpe militar e derrubar o governo em 25 de Abril de 1974 por se sentirem profissionalmente prejudicados. Agora os generais, porque o governo (a mando da troika) lhes quer reduzir o número de efectivos, vão constatar não haver condições para um novo golpe, uma vez que, se este fosse consumado, a partir do dia seguinte o país ficaria paralisado e fora de controle durante muito tempo. Dada a situação de emergência nacional e o empobrecimento galopante e insuportável da classe média, Portugal deveria de imediato: 1- fazer regressar todos os militares destacados em países estrangeiros; 2- reduzir o exército a um ou dois regimentos de homens bem treinados para missões especiais em território nacional; 3 - aumentar o número de policias com formação adequada; 4 -  limitar os efectivos da marinha e da força aérea ao estritamente necessário para vigilância das fronteiras marítimas; 5 – renegociar a dívida pública externa, por ser impossível pagá-la; 6 – encerrar todas as representações diplomáticas não imprescindíveis; 7 - deter todos os políticos ladrões, seus cúmplices e encobridores que contribuíram para a actual situação. Tudo o resto, que preocupa estes militares, nas circunstâncias actuais é irrelevante. O velho e inteligente general reformado Loureiro dos Santos, por muitas estratégias que traga na cabeça, não tem razão desta vez, a menos que existam planos do governo para mandar para o desemprego militares do quadro ou roubar-lhes, de forma drástica e persecutória, direitos legítimos, como está fazendo desalmadamente contra funcionários públicos e aposentados. Se os numerosos generais descontentes (nenhum país europeu tem tantos por metro quadrado) defenderem esta tese, obterão a total concordância dos portugueses. 

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