O maestro
Miguel Graça Moura foi condenado nesta terça-feira, em Lisboa, a uma pena de
cinco anos de prisão suspensa por igual período de tempo e a pagar 690 mil
euros à entidade gestora da Orquestra Metropolitana de Lisboa e outros 30 mil à
Câmara de Lisboa. Se parte desta verba não for paga no prazo de um ano, o
maestro será obrigado a cumprir pena de prisão. Os factos remontam à década de
1990, altura em que Graça Moura fundou a Associação Música, Educação e Cultura, instituição financiada pelo Estado e por várias autarquias e na
qual acumulava vários cargos, incluindo o de maestro titular da Orquestra
Metropolitana. Em 2003, uma auditoria revelou um rol de gastos estranhos:
camisas de seda, charutos e passeios de balão, mas também vestidos, cuecas de
fio dental e até um frigorífico, comprado na Tailândia. O músico nunca negou
nenhuma das despesas, no valor total apurado de 720 mil euros, alegando
que serviram para promover a orquestra no estrangeiro (!!!). A acusação refere
também que o maestro viajou para os Estados Unidos, Argentina, México,
Tailândia e Singapura, despendendo um total de 214.377 euros. Em despesas de
restaurante, em Portugal e no estrangeiro, Graça Moura gastou mais de 80 mil
euros. O MP destaca ainda despesas de 52.542 euros em livros. Este Chico-esperto
criou uma associação privada paga exclusivamente com dinheiros públicos. E como
o cofre do Estado era um poço sem fundo (estamos agora a sentir os efeitos),
toca de roubar a torto e direito e «promover» a orquestra no mundo! Estou a imaginá-lo
a dizer agora aos amigos: «os tipos do poder que roubaram mais do que eu não
são presos nem têm de devolver o que roubaram?»
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