sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Governante demitido. Maldita corrupção da gentalha do poder!

O secretário de Estado da Administração Local e da Reforma Administrativa, Paulo Júlio, é acusado, pelo Ministério Público, de ter beneficiado um familiar num concurso quando era presidente da Câmara de Penela. Em causa está a candidatura a um lugar de chefia na autarquia, que viria a ser ocupado por um primo do autarca. Paulo Júlio, acusado de prevaricação, é suspeito de conduzir o concurso  de forma a que o perfil exigido correspondesse às características do familiar.  O governante já disse estar "tranquilo" (!!!). Trata-se de um crime previsto no Código Penal. Mas nenhum autarca o teme. A generalidade das Câmaras (incluindo as do Partido Comunista, outrora consideradas mais honestas do que as outras) abre concursos fantoches, publicados em Diário da República, apenas para admitir nos quadros os amigos. Os candidatos, que vêm de longe para concorrer, julgando tratar-se de coisa séria, apercebem-se depois de que foram miseravelmente enganados. Uma boa parte dos concursos internos e externos abertos na própria administração central constituem também uma odiosa farsa. Os concursos de professores abertos pelo Ministério da Educação tinham alguma credibilidade apenas porque os critérios objectivos legalmente estabelecidos eram aplicados por computadores. Mas bastou que o actual Ministro (um homem sério) desse às Escolas a possibilidade de serem elas próprias a gerir os processos de admissão de professores, para que a corrupção se instalasse grosseiramente, tendo sido grande parte dos concursos anulados pelo próprio Ministro na sequência de investigações feitas com base nas reclamações dos candidatos preteridos. E os corruptos directores escolares apanhados na fraude (alguns deles reles militantes partidários), julgando que nada lhes aconteceria, juntaram os alunos e os pais (como se fossem carneiros), chamaram as televisões, e puseram os animais a protestar à porta das escolas contra seriedade do Ministro. Claro que esses facínoras sem escrúpulos deveriam ser demitidos e presos, mas eles e elas sabem que continuarão nos seus cargos… É odioso ver um país corrupto como Portugal funcionar nestes moldes, com troika ou sem ela.

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