quarta-feira, 7 de maio de 2014

O agitado mês de Junho de 2014

O descontentamento na aldeia de Benquerença já se arrastava há algum tempo, acirrado por uma homilia do padre Alberto, que incitou o povo a rebelar-se contra o «governo incompetente, ladrão e aldrabão», um gesto reprovado pelo bispo da Guarda. Todos os domingos, depois da missa, a população reunia-se no largo da igreja. Eram berrados impropérios contra Passos e Portas e feitos incitamentos à independência daquela Terra, com um historial glorioso e antiquíssimo. O principal agitador era, e continua a ser, um tal Borges, vindo das bandas de Cascais. Aquele movimento revolucionário passou a ter eco em todo o País. No dia 2 de Junho de 2014 o povo demitiu o presidente da junta de freguesia e declarou, na sequência de um referendo de braço no ar, a «República de Benquerença, Protectorado de Espanha». Borges, nos seus inflamados discursos na Rádio de Monsanto, explica aos ouvintes que o povo tem os mesmos direitos de Olivença, que no século XIX passou para as mãos de Espanha. Lembra ainda que um Estado poderá formar-se dentro de outro Estado, tal como aconteceu com a República de São Marino e com o Estado do Vaticano, em plena Itália. E recorda também que o Principado do Liechtenstein, no meio da próspera Suíça, é um Estado independente. A simpatia pelo movimento espalhou-se e, em dois meses, o número de habitantes da aldeia triplicou, passando para 1.800 almas. No dia 8 Borges foi eleito presidente da República de Benquerença, em votação com braço no ar. Penamacor, Aranhas e Safurdão também se destacam na defesa das suas integrações no Estado espanhol. A Europa segue, surpreendida, os acontecimentos. Os odiados indivíduos da troika, que permaneciam em Lisboa, deram às solas. No dia 14 Passos Coelho, com o seu ar de ditador ignorante, fez um ultimato aos revolucionários: ou se rendiam até ao dia 18 ou seriam implacavelmente atacados. No dia seguinte um guarda-republicano fardado e com uma velha mauser ao ombro aproximou-se da aldeia e foi prontamente abatido com tiros de canhangulo. Soube-se depois que o homem ia render-se. No anunciado dia 18 aproximaram-se de Benquerença uma Companhia de Operações Especiais da GNR e outra da PSP, bem armadas e municiadas. Mas, em vez de atacarem os revolucionários, juntaram-se a eles. Passos Coelho ficou desesperado e, pelas 20 horas, anunciou na RTP que enviaria a aviação bombardear Benquerença, em defesa da integridade territorial da Pátria, quaisquer que fossem os custos em vidas humanas. No dia 20 o governo espanhol fez uma declaração pública avisando o 1º ministro português de que qualquer intervenção militar contra o povo da República de Benquerença seria considerada um acto hostil a Espanha. Grandes personalidades nacionais foram residir para o novo Estado, destacando-se Vasco Lourenço, Otelo Saraiva de Carvalho e Mário Soares. O presidente russo Putin, pensando na Ucrânia, fez uma declaração no dia 22 anunciando que apoia e reconhece a nova República como protectorado de Espanha. À volta de Benquerença, dia e noite, aumenta o número de barricadas de sacos de areia trazida da ribeira da Meimoa. Na Serra da Opa permanecem entrincheirados guerrilheiros prontos para o combate. Mas aconteceu um fenómeno inesperado para o governo: todos os pilotos militares, empobrecidos e furiosos com os cortes criminosos nos seus proventos, meteram baixa médica. O penamacorense Tó Zé Seguro, patrioticamente, apareceu no dia 24 para acalmar os ânimos mas foi insultado por Borges, levou uma paulada do capitão Vasco Lourenço e fugiu. Coelho não desistiu e enviou como mediador o conhecido Matacão da Covilhã, grande figura oportunista do PSD. Mas este foi derrubado por duas pauladas do capitão Vasco e por um violento pontapé no rabo dado por Mário Soares. Entretanto chegaram a Benquerenças, uma aldeia a 4 kms de Castelo Branco, várias unidades policiais e militares, também fustigadas pelos odiados cortes. Pretendiam aderir à nova República. Otelo gritava pelo rádio aos respectivos comandantes «porra, camaradas, dirijam-se a Benquerença, aqui ao pé de Espanha, e deixem Benquerenças em paz!». A confusão é enorme mas toda a gente entende que desta vez os protestos serão violentos. Consta que junto da ribeira da Meimoa estão a ser erguidas dezenas de forcas destinadas aos traidores da Pátria e aos sabujos que todas as noites vêm apoiando nas televisões, em proveito próprio, as perseguições de Passos aos servidores do Estado. A situação neste momento é preocupante. Na fronteira espanhola estão 100.000 militares em manobras. Cagado de medo, Passos pediu ajuda a Inglaterra, alegando uma aliança de séculos que os ingleses dizem desconhecer. Penamacor, em 30 de Junho de 2014.

26 comentários:

  1. Não sabia que aqueles campónios do concelho de Penamacor eram tão bravos

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  2. O António José Seguro do PS é de lá e vai ser em breve um bravo primeiro ministro

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  3. O gajo que escreveu isto é mentiroso ou marado da tola. Eu moro em Penamacor e não sei de nada!

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  4. Ainda nem sequer estamos em Junho. Isto é de doidos ou de bruxos

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  5. Eu também sou da região. Conheço um comunistoide de lá, de uns 40 anos, de nome Borges, mas que mora em Oeiras e não em Cascais. Será esse o chefe da revolta anunciada pelo Serrano?

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  6. Camaradas, "o povo é sereno, é só fumaça".

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  7. É só fumaça, uma porra! As coisas estão a ficar azedas

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  8. Mas quem pensa este gajo qué? Stás a pedilas ai stás stás. Catanos ma tchaparem se não dou um arraial neste gajo. Aparece prá qui este cara de nabo a mandar vir e um gajo tem qaturar isto, olha questa! Vai lá, vai! Bencridos unidevos todos e podndevos a pau.

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  9. Este gajo das 16:54, um analfabeto que nem escrever sabe, não acredita nos vaticínios do Serrano, que acerta sempre. Ele lá terá as suas fontes de informação

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  10. Estes Marmanjos parecem brincar com coisas sérias. Fiquem a saber, Senhores Nabos, que nunca uma prosa imbecil como a do Serrano esteve tão próxima da realidade, por um mero acaso.Este país de Merda vai explodir no próximo Verão. E a primeira bomba a explodir nem será em Benquerença, que nem sequer sei onde fica, mas em Lisboa.

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  11. Olhem, este fulano deverá estar a referir-se ou às bombas de São João ou às bombas que vão rebentando nas caixas multibanco! Este não é um País normal! É uma terra de cobardes! E também de ladrões políticos impunes ajudados pela justiça miserável que temos.

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  12. Depois de o pároco ter lido o texto do Serrano ontem à noite, já fugiram de Benquerença 24 habitantes, com medo da guerra. Os mais jovens, na casa dos setenta, estão determinados a ficar e a lutar heroicamente contra o Governo com todos os meios ao seu alcance.

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  13. Esses revoltados não têm razão alguma. Eu cá acho que, cada vez que o Governo quer endireitar as contas públicas, deverá retirar o dinheiro necessário apenas dos salários dos funcionários públicos e dos aposentados. E quando estes já não tiverem mais nada onde cortar, o Estado deveria vender-lhes os bens, os automóveis e as casas. Eu defendo apenas uma excepção, em sintonia com o meu chefe Costa: aos funcionários públicos do Banco de Portugal não deverão reduzir-lhes um centavo que seja, antes pelo contrário, todos deverão ser promovidos e ver os seus vencimentos actualizados acima da inflação. Eu, que sou funcionário do Banco de Portugal, não quero que nos apelidem de «funcionários públicos». Somos apenas «funcionários do Estado» com um estatuto especial.

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  14. Você é um patriota do c., seu f. da p. Aprendeu com a camarilha do Poder e seus acólitos, que são ladrões ou aldrabões intocáveis. Eu vou votar é na p. que os p. Não, não é no pp (partido popular) do pp (paulo portas). É mesmo na p. que os p. E você e o seu chefe, seu porco imundo, talvez lá tenham as vossas forcas preparadas na tal ribeira da Meimoa.
    O sargento João Santos

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  15. Não se irritem uns com os outros, camaradas e companheiros, todos vós sereis necessários para travar a luta contra a injustiça. Quando este maldito governo quer resolver os sucessivos problemas da dívida pública que os maus e corruptos políticos criaram, age como se tal dívida fosse apenas de uns (os trabalhadores e pensionistas do Estado) e não de todos, metendo repetidamente o focinho nos salários e pensões.Preparai as vossas armas e comparecei em Benquerença no próximo mês.

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  16. Consta aqui em Lisboa que o Otelo tem um problema. Ambas as suas esposas querem acompanhá-lo na GIB (Guerra da Independência de Benquerença). E ele não sabe qual é que deve levar, se a velha, se a nova. Se levar as duas corre o risco de as ver lutar entre si e não contra o Governo.

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  17. Também Soares anda a pensar em duas coisas complicadas. O que fará às dezenas de milhar de livros que guarda na sua casa de Nafarros? Quem deixará a comandar a sua Fundação Mário Soares? Ele teme que a tradicional rebeldia do seu filho João Soares possa levar o Passos Coelho a confiscar-lhe as casas e a cortar-lhe o resto dos subsídios. No fundo parece não está certo que consiga em Benquerença fazer cair o maldito Governo.

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  18. Hoje tenho andado por Fátima na esperança de fotografar a esposa de Mário Soares, Maria Barroso, que em tempos foi uma grande actriz. Todos os anos a vejo por aqui. Ela tornou-se uma grande crente quando, estando o seu filho João Soares quase a morrer em África, depois dum acidente de avião em Angola, se salvou por intervenção Divina, após as suas preces. E o marido Mário Soares, um ateu incorrigível, democrata que é, respeita a religiosidade de Maria. Portanto, Camaradas, hoje não haverá trabalho revolucionário. O pessoal de Benquerença poderá dormir à vontade.

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  19. Impressionado com esta prometida revolução, fui à famosa aldeia de Benquerença. Procurei o padre mas não estava lá. Falei com a ti Maria Jaquina que disse não saber de nada. O homem da loja ficou mudo. Anda por ali um secretismo muito estranho. Nem consegui apurar a morada do tal Borges. Ninguém sabe nada de nada, não consigo tirar nabos da púcara.

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  20. Porque é que não prendem o Borges antes que seja tarde demais?! Estou farta de revolucionários, o melhor é deixar estar esta merda como está, que os ladrões continuem a engordar e que os roubados continuem a emagrecer.

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  21. Terias razão ó Dona Vaca se eu estivesse no número dos que estão a engordar

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  22. Afinal de contas o Serrano tem razão. A guerra está a começar no PS e vai alastrar.

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  23. Naquela guerra os guerrilheiros limitam-se a atirar merda uns contra os outros. Mas na guerra de Benquerença tudo será a doer. Balas de 9 mm.

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  24. Hoje é 9 de Junho e ainda não começou a revolução em Benquerença? Ou a revolução é o ponta pé amistoso e com grande elevação, que o Sócrates e a sua tralha estão a dar ao penamacorense António José Seguro, líder do PS?.

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  25. O modo de operar destes militantes partidários é do mais ordinário nível. Os gajos mordem-se uns aos outros quando estão próximos da árvore das patacas! Que porcalhada!

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  26. Ali, na cidade da Guarda, há momentos, quando Cavaco Silva lia o seu balofo discurso do 10 de Junho, envolvido pelos berros dos descontentes, sentiu-se mal, desfaleceu e teve de ser levado pelos generais presentes. Mais tarde, ao recobrar a consciência, perguntou «quem são aqueles energúmenos ruidosos?». E um militar respondeu «São os revolucionários de Benquerença com o Borges à cabeça, Excelência, uma terra que dista poucos quilómetros daqui». E Cavaco perdeu de novo a consciência. Oxalá que já a tenha recuperado e se decida a enviar para o Tribunal Constitucional cada um dos elementos do Governo e cada cagalhão por este produzido.

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