Quando eu era criança e os meus
avós me levavam à feira, notava que eles compravam minúsculos pretos de barro
que espalhavam pela casa e pelos bolsos. Supersticiosos que eram, julgavam que
aqueles amuletos lhes dariam sorte. Pelas mesmas razões, a selecção portuguesa
de futebol procurou superar a sua enorme insegurança pedindo emprestado ao
Benfica o seu preto de estimação – o Sr. Eusébio, um moçambicano simpático que
torce pelos jogadores portugueses o mais que pode. Não fora isso e o pequeno Portugal
não estaria, como está, nas meias-finais. Agora o grande problema da selecção é que os maus
espíritos e a inveja tacanha dos adversários derrotados embruxaram o pobre Eusébio e este foi internado num hospital polaco. E das duas uma: ou ele recuperará a tempo de estar presente no
estádio, na quarta-feira, a torcer pela equipa portuguesa e esta ganhará facilmente aos espanhóis;
ou o infeliz continuará internado e Portugal será cilindrado, sem apelo
nem agravo.
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