domingo, 22 de junho de 2014

O Borra Botas

A mando de Sócrates, António Costa, com grande elevação, deu uma facada no Secretário-Geral do seu Partido, tentando roubar-lhe o Poder pela via da ilegalidade e da imoralidade. Como resposta, os seus camaradas socialistas, com idêntica elevação, deram-lhe a resposta adequada. No final da reunião, em Ermesinde, António José Seguro pediu que o PS se concentre no essencial. E foi aplaudido. Já o autarca de Lisboa foi insultado. "Vai-te embora", "traidor", "borra-botas", "oportunista". O ambiente foi claramente hostil ao presidente da Câmara de Lisboa, com esses populares a insultarem António Costa, no meio de muitos empurrões

terça-feira, 17 de junho de 2014

O Mundial

Gosto de jogar matraquilhos mas não encontro parceiros, os meus amigos andam obcecados pelo futebol. As estações de televisão portuguesas não dão outra coisa: futebol e apenas futebol. Foi assim que, à falta de melhor, vi uma equipa europeia a jogar contra uma equipa africana. Cada uma delas constituída de dez jogadores pretos e um branco. Não consegui descobrir qual delas era a equipa europeia e desliguei o aparelho.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

A alcateia

Já aqui o disse diversas vezes. Qualquer cabeça pensante sabe que numa sociedade democrática os cidadãos terão de ser iguais perante o Estado e perante o Fisco. Se sucessivos e incompetentes governos aumentaram irresponsavelmente a dívida pública para valores insustentáveis, essa dívida não terá de ser suportada apenas por uma parte dos cidadãos mas por todos. Exigir a uns que contribuam com a redução dos seus salários (entre 3,5 a 10% a partir dos 1500 euros) e não aos outros, não é apenas inconstitucional, é uma intolerável injustiça. Como a prática de tal sacanagem estava a ser demasiado fácil aos cola-cartazes, estes acrescentaram àquela primeira vaga de cortes uma segunda vaga, ainda mais dolorosa do que a primeira. Nenhum atentado, nenhuma bomba, todas as vítimas espoliadas permaneceram em sofrimento silencioso e pacífico, contrariando os vaticinios de Mário Soares. Daí que o maldito governo estivesse firmemente decidido a continuar futuramente a cortar nos rendimentos dos habituais perseguidos. Só que o Tribunal Constitucional deu um murro na mesa e disse o que todos sabiam: que aquelas medidas persecutórias são grosseiramente inconstitucionais por violarem o princípio da igualdade entre os cidadãos. Mas, obedecendo aos assobios  do Coelho&Portas, apareceram os gulosos cães raivosos do costume ladrando em uníssono que o Tribunal Constitucional deve ser abolido e que os respectivos juízes (eleitos) são uns f. da p.. Todos esses rafeiros vivem, de uma forma ou de outra, à sombra do Estado e alguns metem ao bolso somas astronómicas. E a dupla Coelho&Portas, sentindo-se tão apoiada por aquela matilha amiga da bolota pública, volta a impor os mesmos cortes nos salários dos mesmos trabalhadores. Por ordem do Tribunal, cumpre a lei constitucional num mês e no mês seguinte insiste em reincidir no crime. No meio da barafunda esta Burreza Humana não consegue compreender que os salários dos funcionários que trabalham para o Estado não constituem despesa pública, são a contrapartida do seu esforço laboral. Se os ditos querem cortar na despesa pública, que encerrem, por exemplo, 100 hospitais, 500 escolas, 200 Câmaras Municipais, 100 Universidades e Politécnicos, 1000 esquadras da polícia, 30 quartéis militares, 50 cadeias, metade dos tribunais, o odiado e oportunista Banco de Portugal, os Metropolitanos de Lisboa e Porto, a Carris, a CP e a Transtejo, etc, etc... Que façam regressar as tropas destacadas no estrangeiro, que entreguem aos credores privados as auto-estradas e as barragens que construíram. Claro que esses cortes poderão representar caos e desemprego. E até uma revolta popular. Mas isso sim, é cortar na despesa pública.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

A incompetente polícia inglesa

A polícia inglesa deu um triste espectáculo de incompetência profissional. Queria à viva força apontar um culpado, qualquer que ele fosse, de preferência negro e já falecido para não poder defender-se. Mas parece agora aproximar-se da tese da PJ. É quase certo que o crime foi praticado por um dos elementos do grupo de britânicos que acompanhou os pais da vítima, um casal de médicos aparentemente inocente mas que poderá saber muito mais do que aquilo que diz publicamente. Uma criança de 3 anos de idade não se evapora, terá deixado um rasto que escapou à polícia pelo facto de no início ter seguido a pista errada.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3967030

quarta-feira, 4 de junho de 2014

O Kiki

A apresentadora voltou a sorrir depois do polémico divórcio com Manuel Maria Carrilho. A estrela da SIC namora há dois meses com Kiki Neves … A notícia é avançada pela revista Lux... Segundo a mesma publicação, Bárbara Guimarães, de 41 anos, e Kiki Neves, 45, já fazem programas em família com os filhos da apresentadora da SIC, Dinis, 10 anos, e Carlota, de 3. O pobre Carrilho sofre com esta merda, vê agora os seus queridos filhos nas mãos do primeiro Kiki que apareceu à ex-mulher. E, em vez de agir racionalmente e estar calado, demonstrando situar-se muito acima do nível da desmiolada com quem vivia, precipita-se, faz barulho, dá entrevistas nas televisões e nos jornais sobre assunto tão íntimo e melindroso, ainda por cima expondo as crianças na praça pública.
 http://www.dn.pt/inicio/pessoas/interior.aspx?content_id=3940799&seccao=ntv

terça-feira, 3 de junho de 2014

As três filhinhas

O Sr. Francisco sempre fora um homem exemplar, dedicado ao trabalho e à família. Quando se reformou foi invadido por um sentimento de inutilidade e entrou em depressão. Apesar do sofrimento, agravado pela posterior morte inesperada da esposa, procurava manter-se independente, incomodando o menos possível as três filhas, já casadas e integradas na classe média alta. Sendo as suas residências muito próximas, doía-lhe o afastamento delas, mergulhadas num cruel e irracional egoísmo. Olhavam-no não já como o pai amigo e protector que sempre fora mas como um fardo, uma futura fonte de problemas. Uma vez um dos seus raros amigos passou por Lisboa e levou-o consigo à aldeia beirã onde nasceram. Seriam uns dias de convívio. Só que aquele tórrido Verão deu lugar a um repentino frio de Inverno. Esquecera-se de levar consigo o cartão da Segurança Social e roupa quente. Em cada dia as suas três filhinhas telefonavam-lhe dos respectivos empregos e Francisco sentia por momentos o seu sofrimento atenuado. «Então paizinho sente-se melhor?». Ao 12º dia, uma 4ª feira, Francisco avisou-as «no próximo domingo regressarei a Lisboa e estarei na estação de Santa Apolónia às 20 horas». Uma delas ainda insistiu «paizinho, deixe-se estar aí, que está bem». Ao que ele respondeu «não posso filha, não tenho roupas de Inverno nem medicamentos, e esta não é a minha casa». E a partir desse instante as três filhinhas queridas deixaram de telefonar ao paizinho. Cada uma delas desejava que fossem as outras a tomarem conta do «fardo» que aí vinha. Mas tudo haveria de correr bem, pensou. Enquanto o comboio avançava, ele tentava enganar-se a si próprio «haverão de estar com os seus carros à minha espera em Santa Apolónia e, sabendo que ainda nada comi hoje, e que ando doente, jantarei por convite na casa de uma delas». Mas o comboio chegou ao fim da linha e ninguém o aguardava. Francisco sentiu-se abandonado e traído. Tomou um táxi e foi continuar o jejum para a sua casa, vazia e fria.