terça-feira, 8 de abril de 2014

O milhafre, o melro e a ignorância do chefe

Há coisas básicas que os agentes de autoridade deveriam saber e não sabem. Nenhum cidadão poderá ser condenado, multado ou coimado se não tiver culpa pela falta que lhe é imputada, por dolo ou por negligência. Um milhafre caiu ferido de uma asa há vinte anos no quintal de um casal, agora a caminho dos 90. Foi carinhosamente tratado, alimentado, e afeiçoou-se aos benfeitores, passando a viver no mesmo quintal. Um guarda, na sequência da denúncia de um bandido, e seguramente por ordem do seu incompetente comandante, não esteve com meias medidas: multou com 20.000 euros o velho casal que vive de uma miserável reforma. Eu, há anos, vi na rua principal da Vila algo que me pareceu uma folha de papel escura e que esvoaçava debaixo dos carros que passavam. Descobri que era um melro-bébé, caído de uma árvore, que mal sabia voar. Consegui salvá-lo de uma morte certa e levei-o para casa. Cuidei do bicho e este foi crescendo e afeiçoando-se a mim. Anda em liberdade pelo apartamento, procura-me nas salas onde estou e assobia-me com amizade. O animal não tem a menor hipótese de sobrevivência se for «devolvido» à natureza. Mas espero o dia em que aquele guarda, a mando do seu chefe ignorante, me entre pela casa dentro para me aplicar a multa de 20 mil euros… http://www.tvi24.iol.pt/videos/video/14120244/2

2 comentários:

  1. Ó Sr. Serrano, devia ir habituando gradualmente o negro bicho a frequentar o céu aberto e deixá-lo, livremente, optar por: permanecer nas salas da sua residência ou procurar o seu habitat natural. Quem sabe se o dito não se adaptaria à vida na natureza, podendo, naturalmente brindá-lo com uma amistosa visita de gratidão de quando em vez!

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  2. Ó Pá, nestes casos não existe gradualismo, se o pássaro sai, morre!

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