Apesar de tudo, parece não haver no Governo
nenhum descendente ideológico de Hitler. Este, para reduzir a despesa com a
saúde em 50%, seria tentado a fechar 50% dos hospitais e a enviar 50% dos
doentes para fornos crematórios. E para reduzir a despesa com os reformados que
não pertencessem à sua confraria, talvez decretasse que, no ano da aposentação,
cada requerente fosse chamado ao Centro de Saúde para levar uma injecção atrás
da orelha. Mas pondo de lado essa ainda, por enquanto, improvável hipótese
de radicalismo nazi, é óbvio que a Troika que nos governa terá de impor
medidas racionais e justas. A mais importante consistirá na introdução
de alterações profundas no sistema político-partidário de modo a travar o
acesso fácil da mediocridade ao Poder e a pôr termo à elevada corrupção
instalada. Depois haverá que eliminar numerosas instituições públicas e
privadas inúteis, dependuradas no erário público, como por exemplo algumas
universidades e politécnicos e respectivas delegações (ou «pólos»), cessando
o caudal de dinheiro para as escolas privadas amigalhaças de marmanjos com o
focinho metido na gamela do Poder, extinguindo-se ainda todas as escolas que
funcionam mal, sobretudo na área do ensino superior abandalhado. Um dos grandes
pilares da reforma do Estado passará necessariamente pela redução em dois
terços das actuais 308 Câmaras Municipais, podendo-se reduzir ou não o
número de Concelhos. Recorde-se que dos 826 Concelhos existentes em finais do
século dezoito, em 1911 restavam apenas 291, após reformas administrativas
profundas que os cola-cartazes não
querem agora fazer, apesar das pressões da troika nesse sentido. Tudo com o apoio do PCP, o maior «empregador»...
Com a instituição de uma democracia
corrupta em Portugal, as Câmaras Municipais transformaram-se em sorvedouras de
dinheiro público. Proliferam iniciativas dispendiosas e inúteis tais como as criminosas passeatas pelo mundo, os
pavilhões gimnodesportivos espalhados por povoações desabitadas, empresas
públicas para empregar amigos, companheiros e camaradas, etc. As autarquias são
instituições do Estado envolvidas, na sua esmagadora maioria, em actos de favoritismo
e corrupção que lesam o País e que muito raramente chegam à Justiça que temos, desatenta
ou condescendente. E quando alguns autarcas corruptos têm o azar
de ser apanhados nas malhas dessa Justiça, os bons advogados dos criminosos
conseguem obter penas insignificantes, correspondentes apenas a uma pequena
parte do muito que roubaram. Ninguém acredita na generalidade dos autarcas.
Não existem concursos sérios, é tudo falseado. Quando abrem concurso para
admissão de arquitectos ou engenheiros para o quadro das autarquias, os
escolhidos já estão fraudulentamente na cabeça do júri, um crime que fica
sempre impune. E não são apenas as Câmaras do PS ou do PSD que procedem assim,
são também as do PCP.
Extintas cerca de 200 Câmaras e
respectivas vereações que estão a mais, poderá evitar-se despedir os
funcionários honestos que não entraram pela porta do cavalo, bastando colocá-los em serviços públicos onde sejam necessários. Em
cada Concelho privado de sede camarária haveria uma delegação de uma Câmara
Municipal próxima, empregando os funcionários estritamente necessários, sem
presidentes nem vereadores que são, em grande parte, pessoas sem qualquer
preparação nem idoneidade. Vale a pena abrir o link seguinte, apontar o cursor, e ver o número de
habitantes e de funcionários por cada Câmara. Note-se como o PCP mete nas «suas» autarquias os amigalhaços todos, sem pudor!
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