segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O Matacão

Quando foi membro da Assembleia Municipal da Covilhã destacava-se de todos os outros. Não pela qualidade mas pela altura. Irritado com o seu blá-blá-blá primário e confuso, o  tipo da direita perguntou-me «quem é este matacão?». O José Sócrates estava perto e sorria com malícia enquanto o José Luís Arnault discursava em vão porque ninguém o entendia. Falando atabalhoadamente, nada dizia. «Porque é que aquele rico licenciado em direito, em vez de obter os 5 anos do curso numa universidade exigente e credível como a universidade de Coimbra ou a de Lisboa, optou por uma reles universidade privada?» perguntou-me o tipo da esquerda. O Arnault contrastava com o pequeno (em estatura) sindicalista Luís Garra, um operário formado com a 4ª classe, que proferia intervenções convincentes, lógicas, escorreitas, as quais arrumavam o paleio chocho do José Luís. É um político voluntarista e atiradiço. Mandem-no defender que o mundo é quadrado e ele provará isso mesmo com o tal palavreado redondo. Mandem-no depois defender que o mundo é triangular e ele explicará por A mais B que o mundo é um triângulo. Raciocina pouco mas opina muito. E vai-se safando… Deixei a assembleia municipal e voltei à Serra, onde passava férias. Dias depois regressei a Lisboa, tendo-me lembrado deste homem grande apenas num destes dias, quando me entrou pela casa dentro, via televisão, onde debitava monstruosidades para «demonstrar» que era justo cortar 10% nas pensões dos ex-funcionários do Estado, por força de uma absurda «convergência», que ninguém sabe o que é. Um ano depois de lhes terem sido cortados outros 10%, a juntar a  cortes mais pequenos.

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