28 de Julho de 2014. As coisas na
Europa vão de mal a pior. O Luxemburgo, um próspero paraíso fiscal, vinha sendo
o país com o maior PIB per capita do
mundo e os seus cidadãos gozavam de um alto padrão de vida. Eram servidos pela
arraia-miúda, um grande contingente de imigrantes que constituíam
um terço da população global. Vinha constando nos meios financeiros que estava
a sair dos poderosos bancos do pequeno Ducado um persistente caudal de capitais
estrangeiros. Mas não passara pela cabeça da população a iminência do estrondoso
colapso financeiro, que desabou na passada semana. Agora compreende-se porque é
que o novo presidente do Eurogrupo, o holandês Dijsselbloem,
defendeu em Março de 2013 a tese de que, daí em diante, seriam os
depositantes (e não os contribuintes) a suportar os custos da falência dos
bancos. Ele tinha informação privilegiada e pensava no Luxemburgo. O Grão-duque
anunciou hoje na televisão aquilo que ninguém queria ouvir: os depositantes que
não conseguiram retirar o seu dinheiro a tempo, sofrerão uma perda de 60%, tal
como aconteceu no Chipre naquele fatídico mês de Março. Os restantes 40% serão
obrigatoriamente investidos em acções dos bancos falidos, que agora valem zero.
Os luxemburgueses, assustados com a inesperada hecatombe económica que lhes caiu
em cima, estão preenchendo abaixo-assinados no centro da pequena capital
pedindo à Alemanha a anexação do Grão-ducado pelo Estado da Renânia, alegando as
origens comuns e os bons anos vividos sob o domínio alemão por altura das duas
Grandes Guerras mundiais. Os imigrantes e seus descendentes ficarão de fora do
processo e estão a ser encorajados pela Alemanha a regressarem aos seus países
de origem, dominados por tumultos e miséria. Tudo se alterou de repente na bela
cidade do Luxemburgo, até a tradicional feira existente no extremo da ponte
desapareceu. Correm rumores de que a Suíça, que não integra o euro, nem sequer
a CE, teme entrar também em colapso, por contágio.
V. Ex.a pensará assim porque terá lá dinheiro depositado. Já agora, olhando para o comboio abaixo,diga lá em que carruagem viaja...
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