Hilter foi um bárbaro assassino mas nunca
um ladrão. Mussolini, que se aproximou estrategicamente de Hitler, apostando no
cavalo errado, inventou uma forma de fascismo a que aderiram grandes massas de carneiros
italianos, mas foi um ditador pessoalmente íntegro, tal como o general Franco em
Espanha. Salazar, que atirou duramente a sua PIDE contra os comunistas
portugueses, foi um ditador-estadista, rodeado de lambe-botas, mas de uma
honestidade pessoal irrepreensível. Ao invés, as democracias que se formaram
no sul da Europa, em África (o exemplo de Angola é agora o mais flagrante) e
na América Latina, são alimentadas por bandos de gatunos que enchem os bolsos
deles e os dos amigos, com prejuízo dos cidadãos. O Brasil não foge a essa
maldição. A corrupção está profundamente entranhada no seu tecido social e
político. E os cidadãos brasileiros há muito sabem disso e, calados durante
décadas, já não se conformam com tal destino. Que o digam os bem informados
taxistas locais, tal como acontece com os sábios barbeiros portugueses. Dilma Rousseff teve de
meter no seu governo uma legião de corruptos que lhe foram impostos pelo seu
chefe e antecessor, o simpático Lula, agora considerado tão ladrão como
os maiores ladrões da história da antiga colónia portuguesa. E em vez de empenhar-se
pessoalmente no combate à corrupção, preparava o silenciamento da Justiça que fazia
frente ao flagelo. Os grandes ladrões, só se sabe que o são, quando a Justiça
é forte, eficaz, justa e imparcial. Milhões de cidadãos estão a sair às ruas
para defender esta Instituição. Os portugueses acompanham os seus movimentos
para, mais tarde ou mais cedo, lhes seguirem o exemplo.
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