Ele mandaria as
mesmas bocas se o País fosse parcialmente liquidado por um mortífero bombardeamento de raios
gama vindo das profundezas do espaço sideral, por um grande tremor de terra
gerado no centro do globo, ou mesmo por um destruidor furacão formado nos céus.
Para manter altas as sondagens da sua popularidade o homem julga que terá, além de falar demais
(o meu primo chama-lhe «o matraca»), espalhar excessivas beijocas e apertados
abraços por tudo quanto é sítio. E é capaz de beijocar com o mesmo frenesim tanto os cristãos pacíficos que vivem nas suas terras a arder como os invasores e potenciais assassinos islâmicos que vêm para a Europa viver à nossa custa e impor a sua civilização medieval. Agora decidiu especializar-se em atirar as
culpas de eventos naturais catastróficos, não controláveis, ao governo em
funções (competente ou medíocre). A seca extrema das florestas, que muitos
incendeiam com dolo ou negligência, juntamente com ventos ciclónicos que
sopram em todas as direcções, são condições jamais vistas em Portugal que
provocam em poucos minutos ou em poucas horas destruições e mortes maciças, de
forma inevitável, tornando completamente inúteis os melhores bombeiros do mundo
e os mais eficazes aviões. Marcelo, católico
convicto, é sério em matéria de dinheiros públicos.
Mas tem um passado de inabilidades e traições políticas. Gosta de apresentar-se como um saloio nortenho, das
bandas de Celorico de Basto, mas na verdade é um típico lisboeta da classe alta e filho de um
importante ministro lisboeta de Marcelo Caetano (de quem herdou o nome) e de
uma covilhanense pouco conhecida. Foi um brilhante estudante de Direito e um razoável
comentador, mas nunca deixou de ser um inábil político, sem uma visão de futuro para
Portugal e para a Europa. Teve apenas o condão de aproveitar sabiamente as circunstâncias favoráveis que o
conduziram sem luta ao lugar de P.R. Está errado ao ver nos incêndios a sua grande
oportunidade de brilhar acima de tudo e de todos, e de insinuar a ideia de que os
incendiários foram os membros do governo, defendendo que as vítimas terão de ser
imediatamente indemnizadas (e não ajudadas) pelos contribuintes. https://sol.sapo.pt/artigo/586601/marcelo-rebelo-de-sousa-exige-que-pais-nao-volte-a-falhar
O certo é que, por enquanto, prefiro Marcelo a Cavaco Silva. E assim continuarei desde que acabe de vez com as ridículas beijocadas e com o oportunismo político que cheira a falso.
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